Como Aprender um Idioma
APRENDER É UM PROCESSO:
Ante tudo, deve ter-se em conta que a aprendizagem é um PROCESSO, e como em todo processo requere-se de um transcorrer.
Quando aprendemos algo novo, como primeira medida, encontramos-nos frente a algo, que percebemos desconhecido: um tópico, um conceito, uma palavra, um modo de construir diferente.
E existe um espaço de tempo entre que nos encontramos com o novo, o entendemos, o comparamos e/ou associamos com coisas conhecidas, o assimilamos, o resignificamos, o lembramos e logo depois o aplicamos; e mais ainda, adquirimos a capacidade de transladá-lo para diferentes contextos.
A aprendizagem é sim um processo, que em cada ser humano varia em tempo e caminho.
Não é por tomar 20 aulas numa mesma semana que aprenderemos o mesmo que tomando essas 20 aulas num período de 10 semanas, não.
O processo de aprendizagem implica um tempo interno individual que não é trasladável a "unidades de medida" o "quantidades".
Mais horas de prática na semana na aprendizagem de um idioma ajuda, e o ritmo é clave, mas o processo deve ser transitado.
OS SÓCIOS NO PROCESSO EDUCATIVO:
No processo educativo intervêm vários atores em qualidade de SÓCIOS.
Estes sócios são o docente e o aluno; e no caso das crianças, também os seus pais.
Cada aluno é diferente, e o docente deve se tomar um tempo até conhecê-lo. Mas todos os estudantes compartilham algo em comum: Nenhum conhecimento pode ser alcançado por osmose.
O docente põe o seu saber como um médio para que o processo de aprendizagem se desenvola porém, se o aluno não põe o seu esforço, constância, entusiasmo, otimismo e paciência para que o processo como tal se desenvolva, esta aprendizagem fica à metade de caminho. Pois não basta com só expectativa.
DIFICULDADES EM ADULTOS DURANTE O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE UMA SEGUNDA LÍNGUA (L2):
As maiores dificuldades que habituam apresentar os adultos quando aprendem L2, não são nem lingüísticas, nem gramaticais, nem de pronunciação, nem estão vinculadas com o docente de turno.
► A primeira dificuldade está vinculada em verdade com travas psicológicas, medos e mitos incorporados como verdades, tais como:
Timidez, vergonha de errar, medo a pronunciar mal (que não é o mesmo que pronunciar mal de fato), convicções erradas do tipo "a minha idade não posso aprender", prejuízos do tipo "isto é difícil antes de intentá-lo", e sobre tudo a falta de paciência consigo mesmos.
Nas crianças não existem estes temores, pelo que a aprendizagem carece deste tipo de barreiras.
► No segundo lugar, intervêm as interferências da sua primeira língua (L1):
Aqui encontramos a tendência natural para construir sintaticamente a L2, como construímos a L1. E isto é porque estamos pensando na L1 para só logo traduzir para L2, em lugar de tentar pensar e construir diretamente em L2. Isto último implica um certo esforço, que para alguns é molesto, porém é este o caminho mais curto.
Também podem aparecer interferências nos fonemas (os sons), pois pode acontecer que L1 e L2 possuem letras com sons não-equivalentes, e isto interferirá também na capacidade de associar corretamente imagem e som na hora da leitura, e por tanto na compreensão escrita e também na oral. Conseguintemente estas interferencias se transferirão à hora de expressar-se.
No nosso Ulpan, quando isto acontece o docente o detecta facilmente e o trabalha com o aluno de imediato, para construir depois sobre uma base sólida, limpa de vícios, facilitando com elo a aprendizagem de temas posteriores.
► Outra dificuldade que pode se apresentar em alguns alunos é não saber como estudar.
Sim, há alunos que dedicam horas à leitura, mas ler e estudar não é o mesmo.
Há outros alunos que se correm atrás de materiais de outros cursos, da internet, ou das livrarias. Mas estudando tópicos que o professor não deu, e não estudando os que sem deu, vale dizer, se o professor segue um programa e o aluno outro... é um "fio roto", e não está se trabalhando em sociedade, como se falou no tópico anterior.
Pois insistimos, o processo ensino-aprendizagem, é um processo, e requere de trabalho conjunto entre professor e aluno.